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Castelo do Medo ...

[ 17/03/2007 ]

Diante deles um castelo. Um castelo medonho e triste.

As portas estavam abertas, como sempre estão. A entrada é escura, sem qualquer luz. Está imersa numa escuridão densa.

A vida que se instala em prosseguir atrás das muralhas. A vida que é inquietude e desperdício!

Sol não há. Luz pouca. Escuridão sim.

Pedra sobre pedra numa imensidão sem cor.

Pedras de vários tamanhos.

Imensidão de vários ângulos.

Alguém que existe. Alguém que persiste. Reentrâncias. Ângulos. Incidências agudas. Obtusas. Quem persegue quem?

Barulhos e gritos de dor e desespero. Não são mitos.

Ervas daninhas que se amontoam nas reentrâncias das muralhas.

Pessoas que circundam o lugar como se algo misterioso e escuro envolvesse a vida. Pessoas que entram e não saem. Pessoas, pouquíssimas, que entram e rapidamente saem; pessoas que se recusam a entrar.

Na imensidão das cores da vida, pouquíssimas, que entram e rapidamente saem; pessoas que se recusam a entrar.

Na imensidão das cores da vida, pouquíssimas pessoas não entram.

A maioria, por uma razão, ou por outra, entram! É difícil não entrar. É difícil resistir à tentação de não entrar. Há algo de fascinante que envolve a entrada; há algo de misterioso que atrai.

E depois, à entrada, estão os senhores da insegurança a convidar a entrar. Usam todo o estratagema de marketing para incitar as pessoas a entrar. E há senhores da insegurança de vários tipos e uniformes: de trabalho, emocionais, familiares, etc., etc...

Palavras que utilizam veementemente. Sentimentos que impelem veementemente. Sentimentos e pensamentos.

A dupla infalível que constrói e que destrói; a dupla que vive e não vive.

O Sol que continua a aquecer por fora; O Sol que continua a não aquecer por dentro.

O Poeta e a Estrelinha de luz, tal como muitos outros, hesitaram, mas não resistiram a entrar.

Os senhores da insegurança emocional convenceram-nos a entrar. Foram hábeis e ardilosos.

Passo a passo, e nada mais seria igual.

A sensação que invade os seres humanos a entrar neste castelo.

A sensação de que o caminho da felicidade pode parar aqui, e não mais prosseguir.

A sensação de que o voo pode não mais acontecer.

Entraram. Devagar e receosos. Entraram no Castelo do Medo.

Acreditar, não acreditar! Confiança pouca!

Porquê entrar? Porquê não Sol?

- Porque entramos, Poeta?

- Há algo que nos impele a entrar. Há algo de muito misterioso que nos empurra para a entrada.

- Mas nós sabemos que não podemos entrar, não é Poeta?  Porque entramos  então?

- Porque não controlamos os nossos pensamentos! São os pensamentos e a insegurança que nos atraem para este castelo.

- Eu sinto que não devia entrar, Poeta! Ainda não devo estar suficientemente evoluída então como ser humano.

- Penso que não, estrelinha de luz! Eu não entrava, mas acabei por entrar por entrar contigo para te ajudar, estrelinha de luz! Ainda tens arestas por limar.

- Lindo!

-Linda!

- Cada vez está mais escuro, à medida que caminhamos. Porquê, Poeta?

- Porque o medo é mesmo assim. Quando se entra no Castelo do Medo, o caminho habitual é no sentido duma maior escuridão. É o chamado labirinto dos medos, muitas vezes inter comunicantes. Um medo continua com outro, e assim sucessivamente. Os labirintos dos medos estão entrelaçados.

- Poeta, como se faz para não entrarmos mais neste Castelo?

- Temos que amar! Acreditar no amor. Só o amor e a confiança no amor permite sair do Castelo do Medo.....e finalmente voar! O cume da felicidade está mesmo ali.

- Poeta, vamos parar! Eu não tenho medos, eu não tenho medos!

- Estrelinha de luz, ao longo do caminho que efectuámos até aqui, trabalhaste a tua personalidade, mas esqueceste de apanhar as flores da confiança. Não reparaste, mas eu tenho a mochila de caminhante cheia destas flores de confiança. Tu não tens uma única. Tu, estrelinha de luz, não tens flores de cores de confiança.

Chegaram a um terraço. Alguma luz, num Sol luminoso.

Era a fase da decisão!

Era a fase do acordar e conseguir! Era a fase da oportunidade!

Deram um beijinho da cor do Sol. Então aconteceu!

- Poeta, estás a voar! Que aconteceu?

- É o amor, estrelinha de luz! Aprendi a amar! Conheci o amor. Amar intensamente. E confia. Confiar em mim e nos outros.

- Lindo!

- Que sensação óptima, estrelinha de luz! E voou, voou até bem alto.

Breves momentos de magia.

Olhou para trás e, surpresa, viu a estrelinha de luz, inerte no solo.

- VOA, estrelinha de luz, não tenhas medo! VOA!

- Não consigo, Poeta!...Não consigo!

- Consegues! Confia! Confia e ama! Só assim podes vencer o medo!

- Não consigo, Poeta! Os senhores da insegurança estão a empurrar-me para o labirinto do medo! Não consigo sair! Vai tu, Poeta! Atinge tu o cume da felicidade!

E dizendo isto, sentiu umas lágrimas singelas e ardentes na face. Sentiu uma tristeza imensa!

 

COMO SERÁ O FINAL DA HISTÓRIA, O POETA E A ESTRELINHA DE LUZ?

VENCERÁ O AMOR?

VENCERÁ O MEDO?

 

 

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