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O curandeiro chamado Tempo................
[ 09/06/2011 ]
Era uma vez uma Aldeia...... umas vezes perdida no nevoeiro..... outras vezes, não deixando de estar encontrada na própria realidade.....
Na aldeia da Vida, vivia um curandeiro chamado ..... Tempo!....... e que tinha como vizinhos a paciência e o autoconhecimento.....
Este curandeiro era omnipresente e arrogante... pois estava sempre a dizer que tudo, rigorosamente tudo necessitava dele....... Mas.... contrariamente ao saber da aldeia .... a própria Sociedade...... fazia crer que, na sua ansiedade......... que o curandeiro não existia e que era mesmo possível ignorá-lo......
Mas..... o curandeiro chamado Tempo..... continuava ali, na aldeia da Vida..... servindo quantos o procuravam... para curar desgostos, desilusões, desamores… e frustrações..... mas servia também para que as pessoas se encontrassem com elas próprias... e para que as pessoas adquirissem a consciência da dimensão da própria vida..............
O curandeiro.... tentava curar tudo na área das emoções......
Mas...... caía no exagero..... pois pensava que era o Sr. absoluto..... e que a própria aldeia era ele próprio.... que dominava tudo e todos....
Um belo dia..... porém.... passou por aquela aldeia... um jovem rebelde............
Achava que não devia ser assim..... que o curandeiro Tempo..... não era absoluto.... mas que, como tudo, era relativo.....
E..... resolveu... pregar uma partida.... ao senhor convencido...............
Pensou, pensou.... e achou que podia passar pelo curandeiro... sem que ele se apercebesse......
Durante aquele período em que pensou....... aconteceu-lhe algo inesperado......
Passou por ele..... uma jovem lindíssima...... que fez nascer nele... um grande amor.....
Apaixonaram-se..... amaram-se......
E, aí, como que por casualidade..... apercebeu-se de que..... pelo amor... era possível.....circular no próprio Tempo....
O amor.... conseguiu desligar o próprio Tempo...... reduzindo-o assim à sua relatividade..... Até mesmo, obrigando-o a parar.... para deixar viver o amor....
Pelo amor.... o jovem rebelde.... entrou no Tempo.... e ele, nesse instante, deixou de existir......
Felizes pelo amor.... os dois jovens continuaram a sua caminhada..... vivendo o amor.....
.....e contentes por terem provado que o Tempo não era absoluto.... mas sim relativo........
...que o Tempo pode ser alargado ou encurtado..... conforme as emoções.....
.....e que o amor pode fazer parar o Tempo.....
................E o curandeiro..... ficou triste.... por saber que não era absoluto...
......mas feliz... por saber que continua a ser necessário......